A tomei me meus braços
Com o ardor gélido do meu hálito balbuciei fino sobre o seu ombro
Apertei-a firme
Beijei-a à cautelosamente e ao fechar dos olhos dela
Pude perceber como era bela, e a injustiça que fora
Perder-te de mim tão cedo
O quanto aproveitaria se ex-tivesse a oportunidade
O quanto brincaríamos mais em nossa infância
Em quanto adubo chacoalharia pra ver brilhar uma vez mais o teu sorriso
E assim deixei-a
Enquanto do outro lado da sala a passos longos tênues e lentos ia ao seu encontro
Sentia o peso do teu desassossego
Peguei-a num volumoso e sorrateiro canto do meio
Num falante abraço silencioso
Duradouro
Longo
Pude sentir o peso da sua respiração
A convalescência da minha de encontro a tua
Queria roubar tua dor pra mim
No desencontro dos corações observei teus olhos
O direito de esclera “enrubrecida” e febril
Fazia par com o esquerdo que conjuntamente fixavam-se nos meus
Fora o cansaço e o brilho turvo deles podia ouvir tua dor
Quisera eu amansá-la, libertá-la de qualquer infâmia e desprezo pela vida após isso
Mas estes tipos de coisas não são assim,
Como líquido quando se evapora
Estas coisas são sólidas estacas glaciais que não derretem
Antes fossem de madeira,
O que me faz entender que cada qual constrói o teu calvário
E no meu queria roubar a dor de todos pra que ninguém sofresse por estas perdas que se veem
Que se sem-tem
Pudera voltar no tempo
Decifrar os códigos divinos
Observar atentamente os sinais misteriosos
E prevenir cada minuto
Mas não dá
Tão grande é sua dor quanto a minha, a pena é não saber o peso que atinta faz na tua caneta
E nem como continuarás a escrever os versos de tua folha
Só se lembre de que
De nada adianta abdicar de letras
E símbolos sem que
Não se possa dizer de alguma forma o que se sente
Continue, mas se permita a pausa.
Um comentário:
... e no calvário roubar a dor de todos... salvar o mundo, com a rubra cor da tinta na caneta... a cor do coração.
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