domingo, julho 15, 2007

Conto de desilusão


Sobre a mesa apenas pequeninos estilhaços de si mesmo se encontravam , já era tarde pra recorrer a algum método contraceptivo, a notícia a ele havia sido realmente explosiva. .........() Insessante, incauto e inacabado, assim bem que se encontrava no momento em que o telefone tocara, era tarde e nada mais podia se fazer, ao fundo o som de músicas de um tempo perdido que tocavam na velha vitrola da vizinha do prédio ao lado nada além de uma tv que muito chiando se respingava em gotas de água que corria livre pelo AR inebriando o lugar e perdendo o cheiro de sangue que se espalhava, os corpos mutilados nas paredes presos em pequenas fitas de papel, irreconhecíveis de si próprios perdidos sob a luz sobreposta nas encovas dos frizes da cortina, o retimbambulhar dos automóveis lah fora e o frio aconchegante que congelava o tempo do relógio, tudo por um coração uma carta espedaçada sobre a cabeça, de certo o que restou dela, sem saber donde tal força brotara levanta, com os punhos cerrados os dentes rangendo recorre ao mais impetuoso , talvez o último ato de sua vida; liga desesperadamente pra ela.......no telefone, somente o sinal da chamada e nenhuma voz o rasga do outro lado. O silêncio do quarto se desfaz no susto premeditado e previsto do atendimento; acendeu-se a chama, os olhos brilham o coração se incha e novas explosõpes espedaçam-no, ele naum mais sabia o que dizer e em seu fúnebre e anti-oxigenado cérebro pouco se passou até que um grasgornejar tresloucado toca os tímpanos da atendente, que logo reconhece-o e reafirma tudo que se ouvira escrito na carta, as lágrimas lhe percorrem silenciosamente a face, sendo pegas apenas por respingos do seu, incandescido em gelo, nariz, nada mais lhe resta a não ser abandonar o telefone e correr pelo temporal que se armava, os campos e o vento sopravam ao norte enquanto ele corria para o sul, os pássaros se alvorçaram e nada mais o pararia. Apenas abandonar aquele lugar, aquelas lembranças que percorriam cada célula de seu orgásmico corpo que agora se emputrevinha a cada passo, a cada lembrança dos bons momentos que não mais se viriam, as horas se esvaínham por entre os grãos de areia da ampulheta que quebrara para cortar o braço rasgar-lhe o peito cortar os tendões, enfim qualquer dor que o apaziguasse daquele maior sofrimento. Ele era muito novo para ter sapiência acerca daquilo que sentira, mas o mundo já lhe torturava com sua angústia, a música soava com um requiem que o paralisava na escuridão emudecida de seu quarto, ele aprendera então o que viria a ser desiludir-se por um grande amor.

8 comentários:

Mr. Rickes disse...

Muito bem escrito.
Até visualizei tudo.
Parabéns!
Bem diferente.

Anônimo disse...

Rapaz, como tu escreve bem!
Belo conto! Interessante como vc consegue retratar em palavras, os sentimentos e aspirações e principalmente, integrar o post com a imagem que torna ainda mais belos os textos.

Parabéns!

david santos disse...

Cpoa América, 2006/2007

Orelha ® disse...

kra virei teu fã
axo que ateh vou cita-lo como um de meus escritores favoritos

Keep walking ;)

Orelha ® disse...

a troca de banners ainda esta de peh??

coloquei un link para seu blog, no meu de qualquer forma xD

Marcos Leonel disse...

Supreendente uso das palavras para transmitir a maravilhosa imensidão confusa de um ser que classificamos como humano.... talvez os acontecimentos na nossa vida que nos despedaçam sejam o que mais contribuem para a construção de nos mesmos...
que continuemos a nos despedaçar e construir aos poucos um ser melhor que o de antes!

See you space bboy!!

Pedro Mendonça disse...

Impressionante a crescente expectativa que você fez surgir em mim com o decorrer do texto... no final, tudo fica mais claro, passa a fazer sentido, com aquele ar de "é mesmo, acontece desse jeitinho".

Também curti demais o seu blog, cara.
Já te linkei no meu e espero mais visitas tuas lá no meu pequeno reino.

abraço!
;D

Orelha ® disse...

vai escreve vagabundo!!!!!!

XD